
Olhando em volta
na penumbra do
quarto, por conta
do sono perdido bem
antes do amanhecer,
passei à ver tudo em
preto e branco, que
nem gato, as cores
insistentemente teimam
em fugir dos meus olhos
"felinos", pela evidente
falta de posses, a má sorte
avaliou meus escritos como
"rimas indigentes", um pobre
menino que, por não ter uma
amada, foi apelidado pela
irônica escuridão de"Poeta
das coisas inanimadas", mal
sabe ela, maldita, saindo o sol,
vida fluirá através da luz, que
será por holofote, no palco da
única rosa na minha janela.

De dentro pra fora, de fora pra dentro,
as entrelinhas da beleza, que também,
e melhor rima com incerteza; por muitas
vezes o aparentemente apreciável oculta
fissuras, que nem essas estátuas de parque,
vistas de longe, notável com a aproximação,
o sol de verão expõe as falhas, os rigores do
tempo, a valsa triste do vento com as folhas
caídas das árvores, e eis que tudo enfeia, aquilo
que somente foi belo aos olhos,será enterrado
em covas de nostalgia, e qual seria a rima mais
apropriada, e como poderia ser chamado, o que
melhor fica com o passar da idade?..ah, caridade...